História da IASD - Parte 1


A Igreja Adventista do Sétimo Dia é a maior dos vários grupos Adventistas que surgiram a partir do Movimento Millerita, no Segundo Grande Despertamento dos anos 1840. Nessa ocasião, muitos saíram do deísmo secular para o Cristianismo, inclusive o fundador do movimento: Guilherme Miller. Membro da Igreja Batista, Miller previu que Jesus Cristo retornaria à Terra em 22 de outubro de 1844, baseado em Daniel 8:14-16 e no princípio dia-ano. Quando isso não aconteceu, houve o chamado Grande Desapontamento e a maioria de seus seguidores acabou voltando às suas igrejas de origem.

Alguns Milleritas chegaram a acreditar que os cálculos de Miller foram corretos, mas que a sua interpretação de Daniel 8:14-16 tinha sido equivocada. Esses adventistas chegaram à conclusão de que Daniel 8:14-16 predizia o início da obra de Cristo no Lugar Santíssimo do Santuário Celestial - onde Cristo já intercedia como advogado da humanidade junto ao Pai - e não a Sua segunda vinda. Ao longo da década seguinte, esse entendimento evoluiu para a doutrina do juízo investigativo: um processo escatológico que teve início em 1844 onde os cristãos estão sendo julgados a fim de fazer uma obra de purificação no Santuário, como acontecia no antigo santuário hebraico, no Dia da Expiação. Este julgamento vindica a justiça de Deus em salvar os que crêem em Jesus. Os adventistas do sétimo dia continuam a pregar que a segunda vinda de Cristo é iminente, embora não mais definam novas datas para o evento, finalmente concordando com o próprio Cristo que declara que daquele dia e da hora ninguem sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente o Pai..

Observância do Sábado

Com o movimento Adventista consolidado, a pergunta sobre qual seria o dia bíblico de repouso e de culto foi levantada. O principal proponente da observância do sábado entre os primeiros adventistas foi Joseph Bates. Bates entrou em contato com a doutrina do sábado, através de um folheto escrito pelo pastor Millerita Thomas M. Preble. O pastor Thomas havia sido influenciado por Rachel Oakes Preston, uma jovem da Igreja Batista do Sétimo Dia. Esta mensagem foi gradualmente aceita e formou o tema da primeira edição da revista The Present Truth traduzida como Verdade Presente e atualmente conhecida como Adventist Review, ou Revista Adventista que surgiu em julho de 1849. No Brasil, a Revista passou a ser publicada em 1906.

Organização e Reconhecimento


Por cerca de 20 anos o movimento adventista era um pequeno grupo livremente constituído por pessoas que vieram de muitas igrejas, cujo principal meio de conexão e interação foi através de Tiago White e o periódico The Advent Review and Sabbath Herald. Eles abraçaram a doutrina do sábado, a interpretação de Daniel 8:14 sobre o santuário celestial, a imortalidade condicional e a expectativa do retorno de Cristo antes do milênio. As figuras mais proeminentes da fundação da igreja foram Joseph Bates, John Andrews, Urias Smith e Tiago White. Ellen White passou a ocupar um papel de respeito na igreja. Suas muitas visões centradas na Bíblia e a liderança espiritual que ela exerceu convenceram a IASD de que ela possuía o Dom de Profecia.

A igreja foi criada formalmente em Battle Creek, Michigan, no dia 21 de maio de 1863, com uma adesão de 3500 membros. A sede denominacional foi mais tarde mudada de Battle Creek para Takoma Park, Maryland, onde permaneceu até 1989. A sede da Associação Geral, em seguida, mudou-se para sua localização atual em Silver Spring, Maryland.

Até 1870 a igreja teve uma política da "porta fechada" focada nos veteranos que passaram pela experiência de 1844, vendo-os como um remanescente salvo . A adesão foi de apenas 5.400 e a igreja se não se abria a novos membros. Somente a partir de 1870, a denominação voltou-se para o trabalho missionário e renovou-se, triplicando sua participação para 16.000 em 1880 e estabelecendo sua presença além da América do Norte durante o final de 1800, com as missões internacionais de John Andrews na Europa. O rápido crescimento continuou, com 75.000 membros em 1901. Por essa altura, funcionavam duas faculdades, uma escola de medicina, algumas dezenas de academias, 27 hospitais e 13 editoras. Em 1945, a igreja informou que tinha 226.000 membros nos EUA e Canadá, e 380.000 em outros lugares. O orçamento foi de US $ 29 milhões e as matrículas em escolas da igreja chegaram a 40.000.
  
Crenças

Os Adventistas do Sétimo dia aceitam a Bíblia como sua única regra de fé e mantém 28 Crenças Fundamentais como sendo o ensino das Escrituras Sagradas. A aceitação dessas 28 crenças é um pré-requisito para a adesão à igreja.. Entretanto, essas 28 crenças fundamentais não devem ser lidas ou recebidas como um credo definido como imutável. Os adventistas afirmam ter apenas um credo: A Bíblia e somente a Bíblia.

As doutrinas adventistas se assemelham a teologia protestante tradicional, com ênfase no Pré-milenismo e no Arminianismo.Os Adventistas também defendem a infalibilidade bíblica, sua inspiração, a expiação substitutiva, a ressurreição dos mortos e a justificação pela fé. Essas crenças fazem da Igreja Adventista uma denominacao de características ortodoxas e evangélica. A igreja possui outras crenças em comum com outras igrejas cristãs que praticam o batismo por imersão e creem na criação em seis dias literais, conforme relatado no livro de Gênesis. O movimento criacionista moderno começou com o adventista George McCready Price, que teria sido inspirado numa visão de Ellen White).

Além disso, há um conjunto de doutrinas que distingue os adventistas de outras denominações cristãs, o que faz alguns os tacharem como "heterodoxos" (apesar de nem todos estes ensinamentos serem totalmente exclusivos dos adventistas):

Lei (crença 19) – Os grandes princípios da lei de Deus estão incorporados nos Dez Mandamentos dados no SINAI. A chamada Lei Moral é eterna, possuindo assim validade ainda hoje para os cristãos;

Sábado (crença 20) - O Sábado deve ser observado no sétimo dia da semana, assim como diz em Êxodo 20:8, a partir de sexta-feira do pôr do sol até o por do sol do sábado;

Segunda Vinda e o Tempo do Fim (crenças 25 a 28) - Jesus Cristo voltará visivelmente 'a Terra depois do “tempo de angústia", durante o qual o sábado será um teste de fidelidade. A segunda vinda será seguida por um reinado milenar dos santos no céu. A escatologia adventista baseia-se no método historicista de interpretação profética;

Holística da natureza humana (crenças 7 e 26) - O homem é uma unidade indivisível. Não possui uma alma imortal, mas se tornou alma vivente apos receber o sopro de vida (ou espírito) de Deus. A morte é um sono inconsciente, vulgarmente conhecido como sono da morte.

Imortalidade condicional (crença 27) - Os ímpios sofrerão tormento por tempo indeterminado mas não eterno. O Aniquilacionismo é o seu destino, mas não sofrerão o tormento eterno no inferno;

O Grande Conflito (crença 8) - A humanidade está envolvida em uma "grande controvérsia" entre Cristo e Satanás, a qual começou no céu quando um ser angelical (Lucifer) se rebelou contra Deus e Seu governo. Foi expulso do Céu e caiu na Terra perfeita (Éden), onde enganou Adão e Eva por meio do fruto proibido, e começou a dominar o planeta, que agora estava imperfeito por causa do pecado.

Santuário Celestial (crença 24) - Em 1844, como Sumo Sacerdote, Cristo iniciou o processo de purificação do santuário celestial, em cumprimento ao Dia da Expiação;

Juízo Investigativo (crença 24) – O julgamento dos professos cristãos começou em 1844, onde os livros de registro são examinados para todo o universo ver. O juízo investigativo vai afirmar quem irá receber a salvação, e reivindicar a justiça de Deus perante a humanidade;

Remanescente (crença 13) – Haverá no fim dos tempos um remanescente que guarda os mandamentos de Deus e tem o "testemunho de Jesus" (Apocalipse 12:17). Este remanescente anunciará a "Mensagem dos três anjos" de Apocalipse 14:6-12 para o mundo.

Espírito de Profecia (crença 18) - O Ministério de Ellen G. White é frequentemente chamado de Espírito de Profecia. Segundo a igreja, seus escritos são considerados uma contínua e autorizada fonte de verdade e proporcionam orientação, instrução e correção, embora esteja sujeito à Bíblia, a única e mais alta autoridade escriturística de fé e prática.

Relação Igreja versus Estado

Os Adventistas do Sétimo Dia apoiam enfaticamente a separação Igreja-Estado. A Igreja possui o Departamento de Relações Públicas e Liberdade Religiosa que incentiva, onde for possível, a necessidade de um Estado laico. os Adventistas também acreditam que a liberdade religiosa é um direito humano básico. Por isso, a igreja tem sido ativa por mais de 100 anos em defender a liberdade de religião das pessoas indepente de sua fé. Em 1893 os líderes adventistas fundaram a International Religious Liberty Association (Associação Internacional da Liberdade Religiosa), que é universal e não sectária. O Seventh-day Adventist Church State Council (Conselho de Estado da IASD) serve para proteger os grupos religiosos da legislação que possam afetar suas práticas religiosas. Os Adventistas promovem em todo o mundo simpósios nesse assunto. Nos Estados Unidos publicam uma revista especializada em liberdade religiosa, chamada Liberty.

Situação de não-combatentes

Por definição, os adventistas rejeitam o porte de armas e atividades onde tenham que portar armas. No entanto, aceitam e se voluntariam para atividades assistenciais em caso de guerra e de saúde (enfermagem, motoristas de ambulância, etc). Durante a segunda guerra mundial, vários adventistas alemães foram executados em campos de concentração ou mandados para manicômios por se recusarem a portar armas e trabalharem para o regime nazista de Adolf Hitler.
[editar] Papel da mulher na organização eclesiástica

A Ordenação de mulheres para o Ministério é ativamente debatida dentro da Igreja Adventista. O papel especial de Ellen G. White dentro da denominação mostra a importância e contribuição das mulheres para o desenvolvimento da igreja, segundo visão geral.

No entanto, embora Ellen White tenha tido um papel ativo dentro do Adventismo, existe uma forte resistência na liderança da denominação a fim de ordenar mulheres para serem pastoras. Durantes as Assembleias da Associação Geral de 1990 e 1995, os Adventistas debateram a ordenação das mulheres. Em ambas ocasiões, a igreja decidiu não ordená-las.

Na 59º conferência geral realizado em Atlanta em julho de 2010, não foi levado em ata o debate em relação ao ordenamento de mulheres no serviço eclesiástico. No entanto um grupo de ativistas formado por 3 mulheres colocaram uma faixa durante 8 minutos na arena principal onde ocorria a reunião em protesto. A faixa continha citações de Ellen White contra a não aceitação por parte da Assossiação Mundial de ordenar a nível mundial(uma vez que é aceito tal ato na China) mulheres ao cargo de "Pastoras". Depois de alguns líderes pacificamente pedir a retirada da faixa,o grupo abandonou a arena.

Somente na China, onde a ordenação é uma função tanto da autoridade adventista regional quanto do Movimento Patriótico das Três Auto-Suficiências, pastoras adventistas são oficialmente ordenadas.

O presidente da União Central Africana, Allah-Ridy Kone, apelou a "unidade na Igreja" e alegou não haver base bíblica para a ordenação de mulheres. O arquivista da igreja, Bert Haloviak, argumentou que Ellen G. White interpretou Isaías 61:6 -- "Mas vós sereis chamados sacerdotes do Senhor, e vos chamarão ministros de nosso Deus" -- como aplicando-se igualmente a mulheres e homens. O historiados da Igreja Adventista, George Knight, é outro forte defensor da ordenação das mulheres adventistas para o ministério.

Localmente a participação da mulher na IASD é intensa em vários segmentos e aprovada pela Associação Geral. Um dos vice-presidentes escolhidos na última Conferência Geral (2005) é uma mulher. No entanto, o cargo de presidente da Associação Geral é exclusivo a um pastor ordenado, o que, no momento exclui as mulheres adventistas da possibilidade deste cargo.

Tensões Teológicas

Como acontece com qualquer movimento religioso, as tensões teológicas existentes dentro do adventismo é comparável, por exemplo, as tensões entre o fundamentalismo-conservador e o liberalismo-moderado. Os conflitos existentes são tão amplos no adventismo, como são no cristianismo em geral e em outras religiões. Uma variedade de grupos, movimentos ou subculturas dentro da igreja apresentam pontos de vista diferentes sobre as crenças e o estilo de vida adventista.Mas em menos de 200 anos, ate' que a igreja nao se dividiu tanto como outros movimentos. Adventistas geralmente tem um senso agudo de dever e missão, doando tempo e recursos 'a propagacao do Evangelho, sendo considerados o povo que mais contribui com dizimos, ofertas e doações, assim como trabalho voluntario.

O lado conservador da teologia adventista é representado pelos Adventistas Históricos. Eles são caracterizados pela sua oposição às tendências teológicas dentro da denominação que se iniciaram na década de 1950. Eles tendem a ver a teologia adventista moderna como sendo compromissada com os evangélicos. Por isso, procuram defender os ensinamentos mais antigos, como a natureza de Cristo similar a de Adao depois da queda, ou seja, Ele poderia ter caído se o quisesse, mas em uniao com e dependencia do Pai venceu as tentacoes por nos, a expiação completa na cruz mas nao definida ate' o fim do juizo investigativo e a perfeição de caráter que todo indivíduo pode alcancar, assim como Cristo alcancou somente pela comunhao com Ele. Os Adventistas históricos são representados, principalmente, por Adventistas que buscam as raízes teológicas da denominação e a posição desses membros é promovida através de ministérios independentes.

Os mais "liberais" da igreja são geralmente conhecidos como Adventistas Progressistas (é importante frisar que os adventistas progressistas em geral, não se identificam com cristianismo liberal). Eles tendem a manter uma pespectiva moderna sobre questões controversas como a inspiração de Ellen White, a doutrina da "Igreja Remanescente " e o juízo investigativo. O movimento progressista parece ser o mais forte entre os estudiosos da denominação, onde encontra a sua posição em organismos como a Association of Adventist Forums e em revistas como a Spectrum e a Adventist Today.

Organizações Teológicas

O Biblical Research Institute é o centro de investigação teológico oficial da igreja. A igreja possui duas organizações profissionais para os teólogos adventistas que estejam associados à denominação. A Adventist Society for Religious Studies foi formada para promover uma comunidade entre os teólogos adventistas que frequentam o Society of Biblical Literature e os teólogos que frequentam a American Academy of Religion. Em 2006 a Instituição foi votada para continuar suas reuniões em conjunto com a o Society of Biblical Literature . Durante os anos 1980 a Adventist Theological Society foi criada a fim de proporcionar um fórum para atender os teólogos mais conservadores. Ela é realizada em conjunto com a Evangelical Theological Society.

Cultura e Práticas

A Conferência Geral publicou uma visão das práticas adventistas em todo o mundo. Isso foi feito como uma resposta às perguntas mais frequentes que os membros da igreja adventista recebiam dos seus amigos. O artigo é intitulado "Seu Vizinho Adventista".

Atividades no Sábado




Para manter o sábado como um dia sagrado, os adventistas se abstêm de trabalho desnecessario secular. Eles também evitam formas puramente seculares de lazer, como esportes competitivos e programas de TV não-religiosos. No entanto, passeios em meio 'a natureza, actividades com a família, obras de caridade e outras actividades que ligadas a Deus e ao meio ambiente, são incentivadas. A sexta feira é conhecido como o dia da preparação. Isso porque grande parte do dia é gasto na preparação para o dia de sábado: vários arrumam a casa, aprontam refeições, entre outras atividades. No final da tarde, ha' geralmente um pequeno culto domestico de boas-vindas do sábado, uma prática muitas vezes conhecido como "culto do pôr do sol". A escola sabatina começa com a reuniao dos professores, vindo logo apos a divisao de grupos ou classes para o estudo ou recapitulacao da licao da semana. Ha' noticias dos campos missionarios, colecta de ofertas para as missoes ou despesas da escola sabatina, mensagem musical cantada por um grupo ou solista, encerramento e enfoque no trabalho missionario, oracao e logo apos se inicia o Culto de Adoracao que e' mais solene c/ selecoes musicais especiais, ofertas e o servico culmina com a pregacao seguida por apelo de conversao ou renovacao de votos de seguir a Cristo com mais fervor. No sábado à tarde as actividades variam, dependendo do contexto cultural, étnico e social. Em algumas igrejas, membros e visitantes participam de um almoço. Em outros lugares, o sábado 'a tarde é o dia de visitar doentes e dar estudos bíblicos. Alguns retornam 'a igreja para o programa JA ou culto jovem. O sabado se encerra na igreja com bencaos para a nova semana quando ha' concertos ou programacoes vespertinas. Do contrario, famílias e amigos se despedem do dia santo com oracoes e canticos.

Serviço de Adoração

O culto principal ocorre no sábado. Geralmente começa com a Escola Sabatina, onde são estruturados pequenos grupos para uma recapitulação do que foi estudado em casa durante a semana. A maioria dos adventistas faz uso da Lição de Escola Sabatina. Essas lições tratam de um determinado assunto, livro bíblico ou doutrina a cada trimestre. Elas são preparadas, geralmente, com 3 ou 5 anos de antecedência e tratam do mesmo assunto, de acordo com a faixa etária, em todas as congregações adventistas do sétimo dia ao redor do mundo simultâneamente. Existem também classes especiais fornecidas para crianças e jovens em diferentes faixas etárias durante a Escola Sabatina (equivalente a Escola Dominical em outras igrejas), como o Rol do Berço (0 a 2 anos), o Jardim da Infância (3 a 5 anos), o Primário (6 a 9 anos), os Juvenis (10 a 12 anos), os Adolescentes (13 a 17 anos), os Jovens (18 a 30 anos) e os Adultos (31 anos adiante). Cada classe possui um(a) professor(a), um(a) professor(a) associado(a) e um(a) secretário(a) que são responsáveis por sua classe e desenvolvimento dos alunos. Os métodos pedagógicos utilizados pelos adventistas para elaboração de suas lições têm proporcionado grande instrução doutrinária à igreja.

A Escola Sabatina é diversa e as congregações são livres para organizá-las de acordo com suas necessidades locais, todavia, preservando o momento de louvor, oração, confraternização, estudo e testemunhos locais e de missões internacionais. Estima-se que 25 milhões de pessoas frequentam a Escola Sabatina, a cada sábado, ao redor do mundo.

Após uma breve pausa para anúncios locais, toda igreja se reúne novamente para o serviço religioso de adoração. É seguido o formato de culto típico dos evangélicos, com o sermão ocupando a parte central. O canto congregacional, as leituras bíblicas, as orações e a arrecadação de ofertas (incluindo o dízimo), são outras características padrão. Os instrumentos e formas de música de adoração variam muito em toda a Igreja a nível mundial. O piano é o instrumento musical mais utilizado, mas nos últimos anos a liderança da Igreja Adventista vem estimulando a formação de pequenas orquestras para acompanhamento musical nas congregações locais. Muitos jovens, principalmente nas igrejas da América do Norte, têm como estilo a música cristã contemporânea, ao passo que outras igrejas ao redor do mundo se utilizam de hinos mais tradicionais, incluindo os encontrados no Hinário Adventista. A adoração é conhecida por ser reverente.

Cerimônia de Santa Ceia

Os adventistas geralmente praticam a Santa Ceia quatro vezes por ano. A Santa Ceia é um serviço aberto que está disponível tanto para membros da igreja quanto para não membros. Ela começa com a cerimónia do lava-pés. Conhecida como "Cerimónia da Humildade", é baseado no relato de São João 13. O lava-pés é utilizada para simbolizar a humildade de Cristo em lavar os pés de seus discípulos na Última Ceia. Assim, os seus participantes lembram da necessidade de humildemente servir uns aos outros. Os participantes são separados por sexo para salas a fim de realizar esse ritual. Algumas congregações permitem que casais realizem a cerimónia juntos e incentivam que toda a famílias participe em conjunto. Após a conclusão, os participantes voltam para a igreja a fim de comer da Santa Ceia, que consiste em pão ázimo e suco de uva não fermentado.

Saúde e Dieta

Desde a década de 1860, quando foi fundada, a Igreja Adventista tem dado ênfase na integridade do corpo e na saúde. Os adventistas são conhecidos por apresentarem uma mensagem de saúde que recomenda a seus membros o vegetarianismo e fazerem adesão às leis de saúde encontradas em Levíticos 11. A obediência a essas leis significa abstinência de carne de porco, frutos do mar e outras carnes tidas como impuras. A Igreja também desistimula os seus membros fazerem uso de álcool, abandonarem o tabaco e não fazer desnecessário uso de outras drogas lícitas e ilícitas. Os pioneiros da Igreja Adventista influenciaram na implantação de cereais na dieta ocidental. O moderno conceito comercial de alimentos cereais originou-se entre os adventistas. John Harvey Kellogg foi um dos pioneiros que trabalhou na área da saúde. Seu desenvolvimento de cereais como alimento saudável levou à fundação da companhia Kellogg’s, administrada pelo seu irmão William. Na Austrália e na Nova Zelândia, a igreja é proprietária da Sanitarium Health Food Company, uma das fabricantes líderes de produtos relacionados a saúde a ao vegetarianismo. No Brasil, os adventistas administram a Indústria Adventista da Produtos Naturais (Superbom). Recentemente a parte de Cereais foi vendida a Kellogs.

Uma pesquisa financiada pelo National Institutes of Health mostrou que o adventista médio vive na Califórnia de 4 a 10 anos a mais do que o californiano médio. A pesquisa, conforme citada pela reportagem de capa da edição de novembro de 2005 da National Geographic, afirma que "os adventistas vivem mais tempo porque não fumam nem fazem uso de bebida alcoólica, matém o descanso semanal, se preocupam em manter uma vida saudável e mantém uma dieta vegetariana que é rica em frutas e feijão além de possui um baixo teor de gordura." A coesão de redes sociais adventistas também foi apresentada pela reportagem “como uma explicação da sua vida útil e prolongada.”  Desde 2005 o repórter Dan Buettner's escreve a história sobre a longevidade adventista. Em seu livro, The Blue Zones: Lessons for Living Longer, ele fala das pessoas que vivem por muito tempo. São os habitantes de Loma Linda, situada na zona sul da Califórnia, onde se encontra uma grande concentração de adventistas do sétimo dia. Dan cita a ênfase da igreja na saúde, na dieta vegetariana e na observância do sábado como fatores primordiais para a longevidade adventista.

Estima-se que 35% dos adventistas pratiquem o vegetarianismo, de acordo com uma pesquisa realizada em 2002 em todo mundo, pelos líderes da igreja local.

Recentemente um artigo da U.S. News & World Report apresentou os “10 hábitos de saúde que ajudarão você a viver até os 100”. No ponto número oito o conselho é: “Viva como um adventista do sétimo dia”. Eles destacaram o estilo de alimentação e também o foco adventistas na família e na comunidade. O trecho do artigo pode ser lido abaixo:

    Viva como um Adventista do Sétimo dia - Americanos que definem a si mesmos Adventistas do Sétimo dia têm uma esperança média de vida de 89 anos, cerca de uma década a mais do que o americano médio. Um dos princípios básicos da religião é que seu corpo é o templo do Espírito Santo, ou seja, um empréstimo de Deus, o que significa não fumar, não abusar do álcool, ou doces. Seguidores tipicamente mantêm uma dieta vegetariana baseada em frutas, legumes, feijões, e nozes, além de praticarem exercício físicos. Eles são também muito centrados na família e na comunidade.

No Brasil, o SBT Realidade e o Fantástico já fizeram reportagens sobre o estilo de vida adventista.

Ética

A posição oficial dos Adventistas sobre o aborto é que "por razões de controle de natalidade, seleção de sexo ou conveniência, essa prática não é tolerada pela Igreja." Entretanto, às vezes as mulheres podem ter de enfrentar circunstâncias excepcionais, que apresentam sérios dilemas morais ou médicos, tais como ameaças significativas para a saúde ou para a vida da gestante, graves defeitos congênitos no feto e gravidez resultante estupro ou incesto. Nesses casos a igreja respeita e aconselha a mulher a tomar sua própria decisão.

O adultério é um dos motivos admitidos para o divórcio, embora a reconciliação seja incentivada sempre que possível. Os adventistas incentivam a virgindade para homens e mulheres antes do casamento.

Recentemente, a Igreja Adventista lançou declarações oficiais em relação a outras questões éticas, tais como:

Eutanásia - contra a eutanásia ativa, mas permite a retirada passiva de apoio médico para permitir que a morte ocorra;

Contracepção - a favor para os casais, se usado corretamente. Mas contra o aborto por motivos de controle de natalidade e de sexo antes do casamento;

Clonagem humana - contra a clonagem, enquanto a tecnologia não é segura, pois poderia resultar em nascimentos defeituosos ou abortos.

Homossexualismo - de acordo com a declaração oficial da Conferência Geral, o casamento heterossexual é o único tipo de relação biblicamente ordenada para a união entre seres humanos. Isso porque a Bíblia condena as práticas homossexuais em termos fortemente negativos. Por isso, os adventistas não realizam casamentos de pessoas do mesmo sexo e os homossexuais não podem ser ordenados para o ministério.

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